Yoga é a
Postura da Mente. É como você a coloca diante das situações da vida. No Yoga Sutra - texto clássico
do Yoga, de Patanjali - encontramos o aforismo “Yoga Chitta Vritti Nirodhah”
muitas vezes traduzido como Yoga é o controle dos pensamentos.
Deixando de fora a discussão de que se conseguimos ou não parar o pensamento, gosto de utilizar a afirmação de que Yoga é a “Desidentificação” do pensamento.
Esta
desidentificação permite que possamos observar os pensamentos
à distância e escolher os que melhor nos faz sentir bem. Yoga é o trabalho com
a mente.
O Yoga
Clássico é dividido em oito partes – o chamado Asthanga Yoga Astha= oito e Anga
= membro, parte. São elas: Yamas, Nyamas, Pranayama, Asana, Pratyahara,
Dharana, Dhyana e Samadhi.
Dharana é
o estado de Concentração. No Yoga Sutra, Patanjali diz: “Dharana é
a fixação da mente em um ponto “. Yoga sem Dharana não é Yoga.
Todas as
partes do Asthanga yoga estão ligadas inexoravelmente umas às outras, perdendo
seu sentido quando contempladas separadamente.
Assim,
Asanas (posturas físicas) e Pranayamas (respiratórios) sem a atenção, a
concentração (Dharana) ou sem o Pratyahara (abstração dos sentidos – a
interiorização) são qualquer outra coisa menos partes integrantes do Asthanga
Yoga.
O
Asana, muito mais do que uma postura física é um Estado da Mente. Sem este
estado, não existe o que se chama de Asana!
Hoje em
dia, muitas pessoas quando se deparam com o Yoga, normalmente o associam a um
exercício mirabolante, de difícil acesso e que apenas alguns eleitos,
geralmente jovens e sarados é que são aptos à prática.
Isto é um
erro! Se assim o fosse, o ginasta olímpico era o mestre, o guru. Yoga não é
alongamento. Muita gente diz: olha como ele faz bem a postura. O praticante
ali, de ponta cabeça, contorcido e o que é pior: completamente desfocado de si
mesmo. Com a atenção totalmente externa do ser.
“Yoga é
controle dos pensamentos”.
Na
verdade o Yoga é muito mais do que isto. Yoga é o desenvolvimento e/ou expansão
da Consciência. O chamado controle da mente é um dos primeiros aspectos da
prática, embora ainda estejamos muito longe de consegui-lo.
Este
controle começa pela desidentificação com o mecanismo do pensamento. No
entanto, muito mais longe está a simetria e alongamento nas posturas
apresentados hoje em dia quase como que a finalidade da prática.
Por estes
anos de prática ouvi , por muitas vezes, a afirmação de que aquele aluno
muito alongado era veterano da prática. Eu observava alguns idosos e apesar de
não se alongarem nem a metade, entravam em estado de Asana de maneira muito
mais acentuada e graciosa – Estes são os veteranos na prática!
Sim,
Asana é um Estado de, Pranayama é um Estado de, assim como o Yoga é um Estado
diferenciado em que a consciência expande-se.
Observação dos Pensamentos
Fique em
uma posição confortável. A posição sentada, com as pernas cruzadas e a coluna ereta
é a mais recomendada.
Isto
porque mantendo a coluna ereta permitimos que os pulmões recebam uma boa
quantidade de oxigênio possibilitando que o cérebro fique oxigenado e a mente
alerta e concentrada. Ao contrário, ocorre uma menor oxigenação e advém a
distração e o sono.
Permaneça
por um momento imóvel apenas acompanhando sua respiração, sem interferir com
ela, simplesmente observando-a. Esta atitude de observar a respiração é uma
ferramenta poderosíssima no Yoga. Ela desvia a mente dos objetos exteriores e
coloca o foco no campo interno. Ela tranquiliza a tagarelice da mente e abre as
portas para que a consciência comece a se descolar do Pensamento.
A
Consciência no Yoga é aquilo que observa, inclusive os pensamentos. Você pode
chama-la de alma, espírito, self, purusha, atman, eu superior.
Se a
mente se distrair com pensamento do passado ou do futuro, retorne a observação
da respiração. Mantendo esta atitude mental os pensamentos tendem lentamente a
serenar, e com isto a consciência expande-se. Procure manter a mente atenta ao
aqui e no agora, no momento presente.
Observe a
respiração e também as sensações internas. Sinta sua musculatura – ela está
relaxada ou tensa? Percorra seu corpo sem julgar, sem interferir.
Sinta seu
corpo por partes: seus pés, seus braços, pernas ombros, etc. A seguir amplie o
campo de sua consciência para a observação de seus estados emocionais, ou
estados de espírito – Como se sente? Sente-se bem? Feliz, triste,
motivado?
Prática
de Mantras
A
preparação é a mesma descrita anteriormente.
Utilize o
mantra Om, mentalmente, acoplando-o ao processo respiratório - durante a
expiração.
Coloque
toda a sua atenção na repetição do mantra e no ritmo. Procure não deixar a
entonação mental ser mecânica. Observe o som mental, sua vibração e
principalmente as sensações decorrentes. O que você sente?
Não crie
uma briga interna com os pensamentos: você não deve fazer nada contra eles,
apenas a favor do mantra.
As aulas
de Yoga enfatizam o desenvolvimento da consciência, a percepção interior, a
concentração e o estado de relaxamento. Os benefícios decorrentes da prática
atuam no corpo, na mente, no campo energético, no sistema nervoso e no campo
emocional.
A prática
melhora a autoestima e valoriza-se a atenção no momento presente. É produzido
um estado de paz interior com sensação de bem-estar.
A
estrutura da aula contém: relaxamento inicial para aquietar a mente e o corpo.
respiratórios (Pranayama), posturas (Asanas) e relaxamento final. Pratyahara
(abstração dos sentidos), Dharana ( concentração) e Dhyana (meditação) são
vivenciados durante toda a prática conforme abordagem temática específica da
aula.
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